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Uma nova definição de beleza

  • Foto do escritor: Fernanda Russomano
    Fernanda Russomano
  • 10 de ago. de 2024
  • 3 min de leitura

Atualizado: 19 de ago. de 2024

Entenda por que o mundo da moda está obcecado por Michaela Stark.



Para quem, assim como eu, cresceu acompanhando notícias de moda, muito provavelmente deve ter sido assinante da revista Capricho, perdido horas reblogando posts no Tumblr e acompanhando os extravagantes desfiles da Victoria’s Secret entre os anos de 1995 e 2005. Um evento marcante da moda nessa época, esses desfiles não só contavam com apresentações exclusivas de grandes cantores, mas também com um grupo seletivo de modelos de todas as nacionalidades - as chamadas Angels - que desfilavam pelas passarelas com lingeries exuberantes, volumosas asas de anjo e seus belos corpos de Barbie.

Que a Victoria’s Secret promovia um padrão de beleza singular que não representava a maior parte da população global, nunca foi algo a se questionar, mas foi através da necessária pressão por inclusão que grandes marcas - como Victoria’s Secret e Barbie - têm tentado cada vez mais promover valores de inclusão e visibilidade. Como sociedade acho que podemos reconhecer que tivemos grandes avanços, porém o caminho ainda é longo até conseguirmos atingir uma consciência social onde a inclusão aconteça de forma orgânica. São nomes como o de Michaela Stark que seguem promovendo essa quebra de padrões e nos fazendo dar cada vez mais novos significados para o termo “beleza”.

Nascida em Brisbane, na Austrália, Michaela é uma modelo e designer baseada em Londres que, enfatizando partes do seu corpo de modos não convencionais, acabou se tornando um grande nome da moda atual por quebrar as antiquadas definições do que é ser uma modelo e do que é belo e sexy. Em uma recente entrevista para a Dazed Fashion, Michaela compartilhou que acredita que “não existe apenas um tipo de beleza. A beleza convencional é linda e eu não estou tentando derrubá-la, mas isso não significa que outras coisas que não são consideradas ‘beleza convencional’ não sejam tão bonitas quanto.



Além de atuar como modelo, Michaela também realiza trabalho de styling, direção criativa e possui sua própria marca de lingerie que leva seu nome. Desde que ganhou maior visibilidade, Michaela já entrou na lista da Forbes 30 Under 30, já vestiu o cantor britânico Sam Smith para a Perfect Magazine, já foi capa de uma das edições da Vogue e, em 2023, foi convidada pela Victoria’s Secret para fazer parte de desfile intitulado The Tour, não só atuando como modelo, mas também contribuindo com três looks autorais de alta costura para ela e para as modelos Jade O’Belle e Ceval.


Styling feito por Michaela Stark para a revista Perfect Magazine.
Modelo Jade O’Belle posando com um look autoral de Michaela Stark para o desfile Victoria’s Secret The Tour ‘23.

Performances e exibições também fazem parte do seu diverso e criativo portfólio e, mais recentemente, atuou em uma performance de 3 horas no museu de arte britânico, Tate Modern. Explorando a relação entre corpo, espaço, arte e alta costura, Michaela implementou uma combinação entre peças que criou e acessórios da Maison Margiela para criar uma instalação artística que, segundo a Perfect Magazine, “transformou a sala” e ofereceu “um contraste fresco, mas adequado, às veneráveis pinturas dos mestres - uma mistura cativante de tradição e expressão poética.”



Sua marca de lingerie, chamada de Michaela Stark, conta principalmente com corsets assimétricos, mini shorts, micro saias e laços de todos os tipos e tamanhos. Em seu vídeo de entrevista para a Dazed Fashion, a designer compartilhou: “Eu uso roupas e uso espartilhos para destacar partes do corpo que somos condicionados a esconder, como as barrigas grandes ou seios assimétricos, para evidenciar e mostrar um novo tipo de beleza.” Dentre grandes nomes que já vestiu com suas peças, Michaela já colaborou com Jean Paul Gaultier - criando peças para Beyonce, Sam Smith e Shygirl - e vestiu a cantora sueca Tove Lo para um editorial da Paper Magazine em 2022.


Beyonce usando look assinado por Michaela Stark no videoclipe de “Water” mostrado no seu filme “Black is King”.
Tove Lo para um editorial da Paper Magazine de 2022

Uma artista completa e com um objetivo claro, Michaela não só abriu espaço para ela mesma dentro do mundo da moda, mas também vem deixando um legado para todos aqueles que não se encaixam nos padrões da “beleza convencional”. De um jeito ousado e único, vem demolindo convenções antiquadas e, assim, moldando uma nova definição de beleza.





Confira mais trabalhos de Michaela Stark em michaelastark.com ou em seu Instagram.


Todas as imagens presentes neste post são cortesia dos sites da Michaela Stark, Vogue, Perfect Magazine e Paper Magazine.

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